A
presença do escritor numa escola, para participar numa palestra, para colaborar
com a biblioteca ou para se encontrar com os alunos, é benéfica para todos –
alunos em primeiro lugar, professores, funcionários e o próprio escritor. A
ideia que um escritor é sempre um senhor enfadonho, que vive fechado em casa e
separado do mundo, para se concentrar na escrita, felizmente não é verdade. Ter
a oportunidade de contactar com um, na escola, acompanhado dos seus professores
resulta normalmente num encontro feliz, para todas as partes. Afinal o escritor
sorri, conta piadas, gosta de conversar, gosta de saber a opinião dos seus
leitores, erra como os outros, apresenta temas interessantes, responde às
curiosidades colocadas pelos alunos e o tempo parece passar mais rápido do que
o costume.
Conhecer
a história de vida do escritor contada na primeira pessoa, e verificar que cada
aluno ainda estará a tempo para investir nesse caminho, porque descobre que, o
escritor também teve uma infância e uma adolescência, semelhantes às deles, desenvolve
uma autoconfiança e uma esperança muito saudável na formação do aluno. É muito
provável que desperte ou estimule o gosto pela leitura e até pela escrita,
alterando a sua forma de ver os livros.
Para
iniciar as "Semanas de leituras",
atividade do Plano Nacional de Leitura, as bibliotecas da EBDouro e EB Vila
Real nº 7, que integram o Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus, convidaram António Caseiro Marques para se
encontrar com as crianças, devido aos dois livros infantis que escreveu. O
António tem uma personalidade multifacetada, é formado em direito, exerce
regularmente a advocacia, é diretor do jornal Notícias de Vila Real e é escritor,
permitindo que este encontro resultasse dinâmico e rico. O diálogo com os
alunos permitiu falar sobre: a advocacia, a justiça, o símbolo da mesma, os
conflitos entre as pessoas, o jornalismo, a leitura e a escrita, a família, as
aventuras no jardim da sua casa, os livros para as crianças, os livros para os
mais crescidos e as suas experiências como caminheiro de montanha. As crianças
além de terem escutado as histórias do António, pela voz do próprio, de o terem
questionado sobre o seu percurso de vida, quando começou a escrever, as razões
de ser jornalista, tiveram oportunidade de participar na leitura do livro “O Francisco
e o pardalito”, assumindo os diálogos do pardalito.
A
ilustração como forma de enriquecer a escrita foi também abordada por Anabela Quelhas, arquiteta e professora
bibliotecária deste agrupamento, que ilustrou dois dos livros apresentados. Os
alunos tiveram oportunidade de se inteirar de todo o processo de trabalho que
envolveu a ilustração das duas obras, desde o primeiro contacto do escritor com
a ilustradora, até ao resultado final. Foram abordados os conceitos de
ilustração, tipos de ilustração, matérias adequados, as novas tecnologias, a
descoberta gráfica dos personagens, as divisões do texto, a importância da cor,
os signos cinéticos, a capa e a contracapa e finalmente a biografia dos
autores.
Foi
uma experiência positiva que certamente se tornará uma referência para muitos
alunos.
Registe-se
um agradecimento especial às educadoras e professores, que se anteciparam ao
encontro, e deram a conhecer aos seus alunos, alguns pormenores tanto das obras
como dos autores, às equipas das bibliotecas que criaram um cenário muito
interessante no espaço utilizado (EB7) e colaboraram em toda a organização, concretizando
a missão da biblioteca escolar, aos coordenadores dos estabelecimentos e alguns
encarregados de educação, que estão sempre abertos e recetivos a estas
iniciativas e finalmente aos alunos que reagem sempre com muito entusiasmo.
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